Etarismo: universitárias que debocharam de colega desistem da faculdade em São Paulo

Redação do Diário

Etarismo: universitárias que debocharam de colega desistem da faculdade em São Paulo
Em um vídeo que tomou conta da internet na última semana, três estudantes do curso de biomedicina, de uma faculdade particular em Bauru (SP), debocham de uma colega da turma por ela ter 40 anos. Com grandes proporções, as três universitárias pediram o desligamento do curso, informação confirmada pela instituição nesta quinta (16).

De acordo com o centro universitário, um processo disciplinar foi aberto para apurar a conduta das três jovens, todas maiores de idade. No entanto, durante o processo, Giovana Cassalatti, Beatriz Pontes e Bárbara Calixto solicitaram a desistência do curso. Ainda segundo a instituição, com a medida, o processo foi finalizado.

Os advogados das universitárias afirmaram que elas estão arrependidas do que falaram e que tudo não passou de uma “brincadeira de mal gosto”. Em entrevista ao Portal de Notícias-G1, o advogado de Giovana falou sobre a desistência da cliente.

– A desistência tem origem no medo de retornar às atividades na universidade, em razão das ameaças que vem sendo feita e nada tem a ver com o processo disciplinar instaurado que, aliás, sequer havia sido oficialmente notificado à aluna – pontuou.

O vídeo polêmico, no qual as três mulherem debocham da colega, já soma mais de 7 visualizações somente no Twitter.

Relembre o caso

No vídeo, publicado no “close friends” do Instagram, as três estudantes ironizam a colega: “Gente, quiz do dia: como ‘desmatricula’ um colega de sala?”. Logo depois, outra responde: “Mano, ela tem 40 anos já. Era para estar aposentada”. “Realmente”, concorda a terceira.

Mesmo publicado somente para algumas pessoas na rede social, as imagens foram vazadas e se espalharam rapidamente, e o fato foi comentado até mesmo pelos ministros dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, e da Educação, Camilo Santana, que repudiaram o caso.

A vítima é Patrícia Linares, caloura do curso de biomedicina, que completou 45 anos em março. Ela ficou sabendo do vídeo porque foi alertada por outros dois colegas, que lhe mostraram as imagens; ao ver do que se tratava, a mulher ficou em choque. No mesmo dia, a estudante recebeu apoio da turma.

A Universidade publicou uma nota nas redes sociais no mesmo dia que o fato aconteceu. No comunicado, sem mencionar o caso diretamente, afirma que não compactua com qualquer tipo de discriminação e acredita que:

Todos devem ter acesso à educação de qualidade, desde pequenos até quando cada um quiser, porque educação é isso: autonomia. As oportunidades não são iguais para todo mundo em todos os momentos da vida. Sabemos, por exemplo, que os pais, muitas vezes, abrem mão da sua formação para oferecer as melhores oportunidades para seus filhos e, somente depois, optam por se profissionalizarem.

A publicação rendeu muitos comentários, cobrando que a instituição tomasse medidas contra as três universitárias.

Etarismo

As três universitárias cometeram etarismo, que é a discriminação e o preconceito, podendo resultar em violência verbal, física ou psicológica, relacionado com a idade de uma pessoa.

No dia a dia, o etarismo pode se manifestar de diferentes maneiras: como piadas, infantilização ou atitudes que geram exclusão da vítima. No meio profissional, esse preconceito também se mostra em postagens de candidaturas de vagas de emprego com limite de idade ou em frases como “você está velho para isso”.

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